Argentina Entra em Recessão Técnica com Queda no PIB e Poder de Compra

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Argentina Entra em Recessão Técnica com Queda no PIB e Poder de Compra

Argentina Entra em Recessão Técnica: Queda no PIB e Poder de Compra Causam Preocupação

A economia argentina vem mostrando sinais severos de enfraquecimento, resultando em um estado de recessão técnica definido por duas quedas consecutivas no Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), o PIB do país teve uma retração de 5,1% no primeiro trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Ainda mais alarmante é a queda de 2,6% em relação ao último trimestre de 2023.

Setores com Maior Impacto e Aumento na Agropecuária

Os setores econômicos mais prejudicados incluem a construção, transformação industrial e intermediação financeira, que sofreram as maiores quedas. A construção é muitas vezes considerada um termômetro da saúde econômica geral, devido ao seu impacto direto no emprego e na demanda de materiais e serviços. Sua contração reflete problemas mais amplos na economia do país. Por outro lado, a agricultura, pecuária, caça e silvicultura viram um aumento surpreendente de 10,2%, ressaltando a resiliência e importância destas atividades para a economia argentina.

Inflação em Níveis Astronômicos

Além das quedas no PIB, a Argentina enfrenta uma inflação exorbitante. Em maio de 2024, a inflação anual foi registrada em 276,4%, uma leve redução em comparação aos 289,4% do mês anterior. No entanto, essa pequena queda não é suficiente para aliviar a pressão sobre o custo de vida dos argentinos. A alta inflação corrói o poder de compra, aumentando os preços de bens essenciais e serviços, dificultando a vida de muitas famílias.

Desemprego e Poder de Compra

Desemprego e Poder de Compra

O desemprego atualmente está em 7,7% da população economicamente ativa, um número que reflete a situação precária do mercado de trabalho. A queda no poder de compra é particularmente visível no consumo de carne, que registrou uma queda de 16%. Tradicionalmente, a carne é um alimento básico na dieta argentina, e sua redução de consumo indica graves dificuldades econômicas enfrentadas pela população.

Medidas Econômicas do Governo e Impactos

O presidente Javier Milei tem adotado uma série de medidas econômicas controversas que incluem a desvalorização do câmbio fiscal, ajustes nas pensões e financiamento provincial. Apesar das polêmicas, Millei afirma que suas políticas estão redefinindo a teoria econômica e atribui a leve queda recente na inflação às medidas implementadas por seu governo.

A Desvalorização do Câmbio Fiscal

Uma das ações mais polêmicas foi a desvalorização do câmbio fiscal, uma tentativa de tornar as exportações argentinas mais competitivas no mercado internacional. No entanto, essa medida também elevou os custos das importações, agravando a inflação e afetando negativamente o poder de compra dos consumidores locais.

Pensões e Financiamento Provincial

Pensões e Financiamento Provincial

Os ajustes nas pensões e o financiamento provincial também têm causado tensões. As mudanças nas pensões, embora necessárias para equilibrar as contas públicas, resultaram em uma drástica redução na renda disponível dos aposentados. O financiamento às províncias foi reduzido, colocando pressão adicional nas administrações locais já sobrecarregadas.

Impacto na Sociedade

Estas políticas resultaram em um cenário econômico desafiador para a população argentina. A diminuição do poder de compra, combinada com a alta inflação e o aumento do custo de vida, cria um ambiente de incerteza e dificuldade. A confiança na economia está abalada, com muitos argentinos lutando para fazer frente às despesas diárias.

O Futuro Econômico da Argentina

O futuro econômico da Argentina permanece incerto. Enquanto alguns especialistas acreditam que as medidas de Milei poderiam eventualmente trazer estabilidade, outros alertam para os riscos de um aprofundamento da recessão e um aumento das desigualdades sociais. A capacidade de recuperação econômica dependerá de uma série de fatores, incluindo políticas governamentais eficazes, resposta do mercado internacional e resiliência da população.

Conclusão

A Argentina se encontra em um ponto crítico, onde decisões políticas e econômicas nos próximos meses terão impactos significativos no futuro do país. A recessão técnica é um sinal claro dos desafios enfrentados e da necessidade urgente de medidas que possam revitalizar a economia e oferecer um alívio real à população. O presidente Javier Milei enfrenta um caminho árduo pela frente, buscando equilibrar as necessidades de crescimento econômico com a justiça social e a estabilidade financeira.

Economia

20 Comentários

  • Eduardo Melo
    Eduardo Melo diz:
    junho 26, 2024 at 08:37

    Essa recessão técnica na Argentina tá bem mais grave do que parece à primeira vista. A construção caindo quase 20% em alguns estados, o consumo de carne caindo 16%... isso não é só inflação, é desintegração social. A gente vê isso aqui no Brasil e pensa que tá ruim, mas lá é outro nível. O povo tá trocando carne por arroz e feijão, e ainda assim tá difícil. O governo tá tentando cortar gastos, mas tá esquecendo que sem consumo, não tem economia. E sem economia, não tem imposto. É um círculo vicioso que só vai piorar se não tiver um plano real de recuperação, não só de ajuste fiscal.

    Se eles não resolverem o problema do câmbio e da confiança, o povo vai continuar fugindo pra fora, e o país vai virar uma economia de exportação de mão de obra, e não de produtos. E isso é triste, porque a Argentina tem potencial pra ser uma potência regional, não um caso de estudo de falência.

  • Raquel Ferreira
    Raquel Ferreira diz:
    junho 27, 2024 at 09:11

    Claro, a inflação caiu de 289 pra 276... agora tá tudo resolvido. 🙄

  • Ayrtonny Pereira dos Santos
    Ayrtonny Pereira dos Santos diz:
    junho 28, 2024 at 10:32

    Esse Milei é um louco que acha que cortar pensão é economia. O povo tá com fome e ele tá falando de ‘livre mercado’ como se fosse um RPG. Seu plano é matar o povo e depois dizer que ‘o mercado curou’. Que merda.

  • Kalil de Lima
    Kalil de Lima diz:
    junho 28, 2024 at 12:45

    Eu sei que tá difícil, mas a Argentina tem força. O povo é resistente, o campo tá produzindo, e a cultura é forte. O que falta é tempo. Essas políticas de choque são dolorosas, mas se der certo, daqui 2 anos a gente pode ver uma Argentina mais limpa, mais honesta, com moeda estável. Não é fácil, mas não é impossível. A gente precisa dar um pouco de espaço pra esse experimento funcionar - mesmo que pareça um caos agora.

    Se o mundo inteiro tivesse medo de mudar, ninguém avançaria. Eles estão tentando. Eles estão errando. Mas pelo menos estão tentando. Isso já é mais que muitos países fazem.

  • Renato Maguila
    Renato Maguila diz:
    junho 28, 2024 at 14:48

    legal ver que a agro tá crescendo, mas isso nao resolve o problema do povo que mora na cidade e nao tem terra... acho que o pais ta dividido entre dois mundos: um que exporta soja e outro que nao consegue comprar pao. e isso ta criando uma desigualdade enorme... e nao eh so da argentina, ta acontecendo em muitos lugares... a gente precisa pensar em economia que inclui todos, nao so os que tem trator e silo

    ps: desculpa os erros, to no celular e nao consigo corrigir direito

  • Anderson Mazzuchello
    Anderson Mazzuchello diz:
    junho 29, 2024 at 13:29

    Os dados do Indec são consistentes e corroborados por instituições internacionais como o FMI e o BID. A retração do PIB em dois trimestres consecutivos configura tecnicamente uma recessão, conforme definido pelo sistema de contas nacionais. A inflação de 276,4% anual é a mais alta do mundo em termos absolutos, superando até o Líbano e a Venezuela. A desvalorização cambial, embora necessária para corrigir a sobrevalorização histórica, gerou um efeito de transmissão inflacionária imediata nos bens importados, que representam 42% da cesta de consumo urbano. A queda no consumo de carne é um indicador de pobreza extrema, não apenas de preferência alimentar. A política de ajuste fiscal é correta na direção, mas a velocidade e a falta de proteção social estão exacerbando o sofrimento da população. A solução não é abandonar as reformas, mas implementá-las com um piso social mínimo robusto.

  • Odair Sanches
    Odair Sanches diz:
    junho 30, 2024 at 09:19

    Se o governo não controlar a moeda, tudo isso é inútil. O povo não quer teoria. Quer pão. E o pão tá caro demais.

  • Alexandre Azevedo
    Alexandre Azevedo diz:
    junho 30, 2024 at 15:57

    Quem acha que o Milei tá errado não entende que o país tava indo pro abismo com 100% de inflação e dívida em dólar. O ajuste é doloroso mas é o único caminho. Se você acha que imprimir dinheiro resolve, então você é parte do problema. A Argentina precisa de disciplina, não de promessas. E o campo tá ajudando porque é o único setor que ainda gera valor real. Parabéns aos produtores, eles estão segurando o país de pé.

    Os que reclamam da carne, que comem frango. Que comem ovo. Que comem arroz. O povo é criativo. E o governo tá dando espaço pra isso acontecer. O resto é lamento de quem não quer mudar.

  • Rogério Ribeiro
    Rogério Ribeiro diz:
    julho 1, 2024 at 18:03

    Olha, eu sei que tá pesado, mas a Argentina já passou por pior. Lembra dos anos 2000? Aí que era caos. Hoje pelo menos tem gente tentando consertar, mesmo que de jeito errado. A gente precisa torcer por eles. Eles vão se recuperar. A cultura, o povo, a terra... tudo isso é mais forte que qualquer governo. Dá tempo, dá coragem, dá fé. A gente vê isso no futebol, na música, na comida. O povo argentino não desiste. E nem nós devemos.

  • Lucas Gabriel
    Lucas Gabriel diz:
    julho 2, 2024 at 01:18

    PIB caiu, inflação ta no teto, carne sumiu... o governo é um lixo. Eles querem fazer tudo igual ao EUA mas esqueceram que aqui é a América Latina. 😒

  • Marcélli Lopes ♥
    Marcélli Lopes ♥ diz:
    julho 3, 2024 at 19:10

    Se o povo não quer comer carne, talvez seja porque ele tá cansado de ser explorado. Talvez seja hora de repensar o sistema. Não é só economia, é ética. 😔

  • Anna Costa
    Anna Costa diz:
    julho 4, 2024 at 03:03

    Claro, o campo tá crescendo. Mas e o povo que não tem terra? 😏

  • Welington Lima
    Welington Lima diz:
    julho 5, 2024 at 17:27

    É interessante observar que a contração do setor industrial e da construção civil reflete um colapso da demanda agregada, enquanto o crescimento do setor agropecuário demonstra a natureza primária e exportadora da economia argentina. Essa dualidade estrutural, típica de economias periféricas, sugere que a recessão não é apenas cíclica, mas estrutural. A desvalorização cambial, embora tecnicamente justificável, agrava a desindustrialização ao tornar os insumos importados inacessíveis. A política fiscal, portanto, exige uma abordagem complementar, com investimentos em capital humano e infraestrutura produtiva, e não apenas ajustes ortodoxos.

  • Narriman Mohamed Sati
    Narriman Mohamed Sati diz:
    julho 7, 2024 at 10:54

    eu fico pensando... e se a gente parasse de olhar só pro PIB e começasse a olhar pro que as pessoas realmente sentem? tipo, o povo tá com fome, tá com medo, tá cansado... e o governo tá falando de números... mas os números não comem, não choram, não dormem com o estômago vazio... acho que a gente precisa de mais humanidade nisso tudo. 🤍

  • Isabelle Nascimento
    Isabelle Nascimento diz:
    julho 8, 2024 at 06:38

    Claro, o campo cresceu. Que surpresa. Quem diria que um país que vende soja e carne não depende da natureza? 🤡

  • Mateus Santiago
    Mateus Santiago diz:
    julho 8, 2024 at 22:59

    Essa matéria tá cheia de jargões e nada de solução. O que eu quero saber é: o que o povo vai comer amanhã? Ninguém responde isso. Só falam de PIB e inflação como se fosse um jogo de xadrez. Puta merda, é vida real aqui.

  • Cecilia Borges
    Cecilia Borges diz:
    julho 9, 2024 at 18:06

    Eu não acho que o Milei é um herói nem um vilão. Ele tá tentando fazer algo que ninguém mais ousou. E talvez ele esteja errado. Mas pelo menos ele tá fazendo algo. E isso é mais do que os outros fizeram nos últimos 20 anos. O povo tá sofrendo, mas a gente também tá vendo que o sistema antigo não funcionava. Talvez o caminho seja esse: dor agora, alívio depois. Não é fácil, mas talvez seja o único jeito. Eu ainda acredito que o povo argentino vai sair disso mais forte. E se não sair, pelo menos tentou.

  • Renata Codato
    Renata Codato diz:
    julho 9, 2024 at 23:46

    Essa análise é superficial. A inflação não caiu - foi manipulada por mudanças metodológicas no Indec. O PIB foi reajustado com base em estimativas de exportação que não refletem a realidade doméstica. O setor agropecuário cresceu porque o dólar está em alta e os produtores estão vendendo tudo no exterior, enquanto o interno desmorona. O que se chama de ‘ajuste’ é na verdade uma transferência de riqueza do setor urbano para o agronegócio. E a classe média? Desaparecida. Os aposentados? Abandonados. E o povo? Só um número nas estatísticas. O que isso tem de ‘reforma’? Tem de brutalidade.

  • Renata Morgado
    Renata Morgado diz:
    julho 10, 2024 at 07:42

    Eu acho que a gente tem que lembrar que a Argentina não é só o governo. A gente tem que apoiar os pequenos produtores, as cooperativas, as famílias que estão se ajudando. A gente pode fazer algo, mesmo que pequeno. Comprar local, compartilhar, ajudar quem tá precisando. A economia não é só o que tá no banco. É o que a gente faz todos os dias. E se todos fizerem um pouco, a gente muda tudo. 🌱

  • Lattonia Desouza
    Lattonia Desouza diz:
    julho 11, 2024 at 08:14

    Eu sei que tá difícil, mas acho que tudo vai dar certo. A gente já viu coisas piores e deu certo. A Argentina é forte. E o povo? O povo é o mais forte de tudo. Vai passar. E quando passar, a gente vai olhar pra trás e dizer: ‘nossa, como a gente superou isso’. 💪❤️

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