Detalhes das áreas expropriadas
Em 31 de março de 2025, a Secretaria de Parcerias de Investimentos (SPI) publicou as Resoluções nº 14 e nº 15 na Diário Oficial do Estado, declarando de utilidade pública dezenas de imóveis na Zona Norte de São Paulo. A medida abre caminho para a desapropriação, ocupação temporária ou servidão que o Linha 19 Celeste necessita para avançar.
O foco principal está no bairro Vila Medeiros, onde será construída a Vila Medeiros Yard, um pátio de manutenção essencial ao funcionamento da nova linha. Segundo a resolução, a área total a ser expropriada neste local soma 308.863,67 m², englobando terrenos residenciais, comerciais e o complexo logístico Sanca Galpões, situado na confluência das rodovias Fernão Dias e Presidente Dutra, paralela ao Ribeirão Cabuçu de Cima.
Além da Vila Medeiros, a SPI listou propriedades em outras regiões da capital que compõem o traçado da linha. No total, 297 imóveis serão alcançados em São Paulo, contra 177 na cidade de Guarulhos, onde a linha parte do Terminal Bosque Maia. O cálculo do Metro prevê, ainda, 18 poços de acesso e ventilação (VSE) ao longo do percurso.
- 15 estações, entre Bosque Maia e Anhangabaú.
- Um parque de manutenção (Vila Medeiros Yard).
- Readequação das estações São Bento (Linha Azul 1) e Anhangabaú (Linha Vermelha 3) para integração.
- 18 poços de emergência e ventilação.
Impactos e próximos passos
Os custos das desapropriações, sejam eles amigáveis ou judiciais, serão arcados pela Companhia Metropolitana de São Paulo – Metro, conforme projeções iniciais da empresa. O processo seguirá duas frentes: acordos diretos com os proprietários e, quando necessário, ação judicial para garantir a ocupação dos terrenos.
O início das obras está previsto para o próximo semestre, após a formalização de todas as desapropriações. Especialistas em transporte urbano apontam que a Linha 19‑Celeste deve aliviar a pressão sobre linhas já saturadas, como a 1‑Azul e a 3‑Vermelha, ao oferecer uma nova conexão entre o subúrbio do Nordeste e o centro da cidade.
Com a construção do pátio de Vila Medeiros, o Metro ganha maior flexibilidade operativa, permitindo manutenção de trens sem prejudicar o serviço regular. O investimento total da obra está estimado em cerca de R$ 13 bilhões, financiado em parte por recursos estaduais e federais.
Moradores e comerciantes da região ainda aguardam as indenizações e a definição de medidas compensatórias, como a criação de áreas verdes e projetos de revitalização urbana. A expectativa é que, ao término da obra, a nova linha contribua para melhorar a mobilidade, reduzir o tempo de deslocamento e estimular o desenvolvimento econômico na Zona Norte e em Guarulhos.
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