
Gols em Manchester têm virado regra: nos últimos quatro duelos de Premier League no Etihad, foram 21 bolas nas redes — 12 do Tottenham e 9 do City — e os visitantes marcaram pelo menos duas vezes em cada visita. É nesse cenário que Manchester City x Tottenham acontece neste sábado, 23 de agosto de 2025, às 07h30 (horário local), com promessa de jogo aberto, pressão alta e ataque contra ataque desde o apito inicial.
Os campeões ingleses começaram a temporada com um recado claro: 4 a 0 fora de casa sobre o Wolverhampton. Pep Guardiola viu a equipe controlar 59% da posse e transformar precisão em placar — quatro finalizações certas, quatro gols. Erling Haaland abriu a contagem de artilharia com dois gols, enquanto Tijjani Reijnders e Rayan Cherki deixaram as primeiras marcas do ano.
Do outro lado, o Tottenham inaugurou a era Thomas Frank com um 3 a 0 convincente sobre o Burnley. Com 68% de posse, os Spurs circularam a bola com paciência, aceleraram quando necessário e encontraram em Richarlison o definidor da noite, com dois gols. Brennan Johnson completou a vitória e deu indícios de uma equipe mais vertical, com ocupação inteligente dos espaços entre linhas.
O histórico recente no Etihad adiciona pimenta. Mesmo enfrentando um City dominante no próprio gramado, o Tottenham tem conseguido produzir: foram 12 gols nas últimas quatro visitas de liga, uma média de três por jogo do lado londrino. Isso diz muito sobre como o time explora transições e ataca a última linha em velocidade — algo que Thomas Frank conhece bem desde os tempos de Brentford, quando, inclusive, saiu do Etihad com vitória.
Por que este jogo promete gols
Guardiola tem tentado misturar a fluidez do meio com mais agressividade no terço final. Haaland é o farol da área, mas a diferença aparece quando os meias atacam o espaço e a segunda bola chega na hora certa. Contra o Wolves, Reijnders e Cherki mostraram leitura de jogo para invadir a área e finalizar. Bernardo Silva, por sua vez, costura os ataques com passes diagonais que colocam os pontas de frente para o goleiro.
Defensivamente, John Stones e Rúben Dias formam a espinha, com Rico Lewis oferecendo saída por dentro e Rayan Aït-Nouri alargando o campo do lado esquerdo. Se o City conseguir prender o Tottenham no próprio terço, a recuperação pós-perda deve virar arma para encurtar o caminho até a área e manter o adversário sufocado.
O Tottenham, sob Frank, não deve se acanhar. A equipe gosta de um bloco médio com gatilhos claros de pressão, fecha o centro e acelera assim que recupera. James Maddison é o cérebro entre linhas; Son ataca às costas e puxa a marcação; Richarlison fixa zagueiros, briga no corpo e chega para finalizar. O encaixe desse trio contra Stones/Dias pode definir o humor da partida. Se os londrinos escaparem da primeira pressão, a corrida de Son nas costas do lateral oposto vira caminho curto para o gol.
Outro ponto: bola parada. City tem altura e bom tempo de bola em Haaland, Dias e Stones. Tottenham costuma trabalhar bem jogadas ensaiadas, com bloqueios limpos para liberar o cabeceio de Richarlison ou a batida fechada buscando o desvio. Em jogos grandes, um escanteio bate-rebate resolve.
O placar da estreia dos dois times sugere confiança elevada. O City foi clínico; o Tottenham, organizado e agressivo. Some a isso o roteiro recente no Etihad — gols para os dois lados — e o jogo ganha cara de troca franca de golpes, sem longos períodos de estudo.

Escalações prováveis, táticas e onde assistir
Guardiola tem sinalizado um 4-1-4-1 que vira 3-2-5 com bola. A saída de três pode acontecer com Lewis por dentro e Aït-Nouri alto à esquerda, deixando Nico González como volante de sustentação na frente da zaga. Mais à frente, Oscar Bobb e Bernardo Silva conectam o jogo com Haaland atacando o primeiro poste e os meias invadindo a área por trás.
- Manchester City (4-1-4-1): James Trafford; Rico Lewis, John Stones, Rúben Dias, Rayan Aït-Nouri; Nico González; Oscar Bobb, Bernardo Silva, Tijjani Reijnders, Rayan Cherki; Erling Haaland.
- Tottenham: Richarlison, Son Heung-min e James Maddison lideram o setor ofensivo. As demais posições devem seguir a lógica de equilíbrio entre pressão sem bola e velocidade em transição que Thomas Frank gosta de usar. O treinador levou esse modelo ao auge no Brentford, com linhas compactas e ataques diretos após o desarme.
Do lado londrino, a chave passa por proteger o miolo e encurtar a zona de criação de Bernardo. Quando recuperar, acelerar pelos corredores com Son e Johnson, alternando mobilidade com a presença de área de Richarlison. Se Maddison tiver tempo para virar o jogo rapidamente, o Tottenham vai encontrar campo às costas dos laterais do City.
Mercado de apostas: o City aparece favorito no handicap asiático -1,25 a -108. Em termos simples, vitória por dois ou mais gols paga a aposta inteira; triunfo por um gol devolve metade do valor e a outra metade é perdida; empate ou derrota, perda total. As casas também precificam alto a chance de “ambas marcam”, o que conversa com o histórico recente no Etihad. A projeção do Sports Mole aponta 3 a 2 para o City, leitura que combina superioridade técnica dos mandantes com a capacidade dos Spurs de ferir em transição.
Onde assistir: transmissão ao vivo em redes esportivas ao redor do mundo. No Reino Unido, o jogo passa na Sky Sports Premier League; nos Estados Unidos, na NBC Sports. A bola rola às 07h30 (horário local) no Etihad Stadium, em Manchester.
O que está em jogo além dos pontos? Para o City, manter a marcha do início e empilhar boas atuações com novos protagonistas apoiando Haaland. Para o Tottenham, provar que a estreia não foi recorte isolado e que a proposta de Thomas Frank se sustenta contra o teste mais duro da liga: enfrentar o campeão, fora de casa, em um estádio onde poucos mandam e tantos sofrem.
Duelos individuais para ficar de olho: Haaland contra a dupla de zaga — quem vence o primeiro contato define muita coisa dentro da área. Maddison contra o volante do City — se ele receber virado, o Tottenham ganha campo e tempo. Son contra o lateral do lado fraco — cada corrida pode virar finalização. E, claro, a batalha tática na zona dos técnicos: microajustes ao longo do jogo podem virar vantagem em detalhes como pressão pós-perda e coberturas no lado oposto.
Se a tendência recente se repetir, veremos um jogo elétrico, com chances para os dois e pontas a mil. A diferença, como tantas vezes, pode estar na capacidade do City de transformar domínio territorial em precisão nas áreas — e na frieza do Tottenham para punir cada vacilo em transição.
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